Tendências para o setor aéreo em 2025


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O setor aéreo é, há décadas, um motor indispensável para o desenvolvimento econômico e social em escala global. Conectando pessoas, negócios e culturas, a aviação transcende fronteiras e desempenha um papel estratégico na construção de mercados mais integrados e dinâmicos. Em 2025, esse papel se expande ainda mais, impulsionado por inovações tecnológicas, transformações geopolíticas e uma demanda crescente por eficiência e segurança.

Neste cenário, o transporte aéreo se consolida como um elemento-chave tanto para economias maduras quanto para mercados emergentes. Enquanto novas aeronaves e tecnologias avançadas prometem otimizar operações e revolucionar a mobilidade, tensões geopolíticas e a necessidade de regulamentações robustas desafiam a resiliência de governos e empresas. Paralelamente, o Brasil, com sua vasta extensão territorial e a crescente importância da conectividade regional, destaca-se como um exemplo das oportunidades e desafios que moldam o setor.

Neste artigo, exploraremos as principais tendências que definirão a aviação em 2025. Da modernização de aeronaves e aeroportos às influências econômicas e geopolíticas, passando pelas inovações tecnológicas e pelo fortalecimento da segurança operacional, o artigo apresenta um panorama abrangente para compreender o futuro do setor aéreo no Brasil e no mundo. Este é o momento de olhar para o horizonte e entender como a aviação continuará a conectar e transformar o mundo em 2025.

Tendências nas aeronaves

A evolução tecnológica das aeronaves em 2025 se consolida como um dos marcos mais importantes do setor, estabelecendo novos padrões de eficiência, segurança e acessibilidade. Grandes fabricantes como Airbus, Boeing e Embraer têm liderado iniciativas para desenvolver modelos mais modernos, projetados para atender às demandas de um mercado cada vez mais competitivo.

Um exemplo é o Airbus A321XLR, aeronave de corredor único com maior alcance, projetada para conectar cidades menores diretamente a grandes hubs globais, eliminando escalas. Este modelo já está sendo implementado por companhias que desejam explorar novas rotas transcontinentais de forma mais econômica. Por outro lado, a Boeing vem investindo no 737 MAX 10, uma versão aprimorada de sua polêmica linha MAX, com capacidade ampliada para atender ao crescimento da demanda por voos domésticos e regionais.

Além das aeronaves tradicionais, os veículos aéreos não tripulados estão revolucionando o setor. Drones comerciais, amplamente utilizados para entregas rápidas em áreas urbanas por empresas como a Amazon Prime Air, estão se tornando parte essencial da cadeia logística. Paralelamente, startups como a Joby Aviation e gigantes como a Hyundai investem bilhões no desenvolvimento de eVTOLs (veículos elétricos de pouso e decolagem vertical). Em 2025, esses veículos devem iniciar operações comerciais em cidades como Nova York e Dubai, conectando centros urbanos congestionados a aeroportos e outros polos de mobilidade.

Outra tendência em destaque é a automação nas aeronaves. O projeto Autonomous Flight Deck, da Boeing, busca reduzir a dependência de pilotos em determinadas operações, utilizando inteligência artificial e aprendizado de máquina para gerenciar tarefas críticas. Embora a automação total ainda enfrente barreiras regulatórias (principalmente aqui no Brasil) e desafios de aceitação pública, avanços como o RNP AR (Required Navigation Performance with Authorization Required), que permite pousos mais precisos em condições adversas, já estão em uso, mostrando como a tecnologia pode reforçar a segurança e a eficiência.

Por fim, materiais avançados como o PRSEUS (Pultruded Rod Stitched Efficient Unitized Structure), utilizado no Boeing 787 Dreamliner, estão tornando as aeronaves mais leves e resistentes, reduzindo significativamente o consumo de combustível. Esses avanços têm permitido que modelos como o Embraer E2 se destaquem em mercados regionais, oferecendo economia operacional sem comprometer o conforto dos passageiros.

Esses exemplos ilustram como as tendências em aeronaves estão moldando o setor aéreo em todo o mundo. Seja por meio de modelos mais eficientes, seja pela expansão de tecnologias de aeronaves não tripuladas ou seja através da automação de processos, as inovações previstas para 2025 prometem transformar tanto o transporte de passageiros quanto a logística, redefinindo os padrões da aviação moderna.

Tendências nos aeroportos

Os aeroportos, em 2025, estão se transformando em verdadeiros hubs tecnológicos, com investimentos significativos para melhorar a eficiência, a experiência dos passageiros e a conectividade. A modernização desses espaços reflete a necessidade de atender ao crescimento no volume de operações e às expectativas dos viajantes por mais rapidez e conveniência.

Um exemplo notável é o Aeroporto Internacional de Changi, em Singapura, frequentemente citado como uma referência em inovação. Em 2025, o terminal 5, em desenvolvimento, estará equipado com tecnologias avançadas de automação, como reconhecimento facial para check-in, embarque e controle de imigração, eliminando a necessidade de interação humana em muitos processos. Esse modelo está sendo replicado em aeroportos como Heathrow, em Londres, e Hartsfield-Jackson, em Atlanta, que já implementaram sistemas de biometria para tornar o embarque mais ágil e seguro.

Outro ponto de destaque é a integração da inteligência artificial (IA) na gestão aeroportuária. Munich Airport, na Alemanha, utiliza algoritmos de IA para prever fluxos de passageiros e otimizar a alocação de recursos, como portões de embarque e esteiras de bagagem. Já o Aeroporto Internacional de Hamad, no Qatar, introduziu sistemas de IA para monitorar a manutenção preditiva de suas instalações, evitando interrupções operacionais e melhorando a experiência geral dos usuários.

Neste ano, a conectividade entre modais de transporte também está em ascensão. No Japão, o Aeroporto de Narita está implementando conexões diretas com trens de alta velocidade para oferecer aos passageiros maior conveniência e reduzir o tempo de deslocamento. Essa tendência também pode ser observada no Aeroporto de Denver, que expandiu suas linhas de metrô para facilitar o acesso dos passageiros ao centro da cidade, reforçando o conceito de hubs multimodais.

Outro ponto importante diz respeito aos avanços em logística aeroportuária que estão sendo impulsionados pelo aumento do comércio eletrônico. Aeroportos como o Memphis International Airport, base da FedEx, estão expandindo sua infraestrutura para lidar com volumes crescentes de carga. Similarmente, o Aeroporto Internacional de Hong Kong desenvolveu um novo terminal exclusivo para logística de cargas, equipado com sistemas robóticos de triagem e armazenagem.

Finalmente, aeroportos regionais também estão se beneficiando de inovações. No Brasil, o programa de concessões tem modernizado terminais como os de Florianópolis e Salvador, que agora contam com tecnologias voltadas à melhoria da experiência dos passageiros e à eficiência operacional.

Essas tendências refletem um movimento global de modernização e inovação nos aeroportos, alinhado às necessidades do setor aéreo em 2025. A implementação de tecnologias de ponta, somada à expansão da conectividade e à melhoria da infraestrutura logística, não apenas atende à crescente demanda de passageiros e cargas, mas também reforça o papel estratégico dos aeroportos como facilitadores do transporte aéreo e do desenvolvimento econômico global.

Demanda de passageiros

Em 2025, a demanda de passageiros no setor aéreo continua em ascensão, impulsionada por fatores como a expansão da classe média em mercados emergentes (tendência observada desde o ano passado), a competitividade entre companhias aéreas e a busca por serviços personalizados. Este crescimento reflete um cenário global mais conectado e acessível, com novas oportunidades tanto para viajantes quanto para operadores.

A Ásia-Pacífico, por exemplo, mantém seu papel de liderança no crescimento do tráfego aéreo. Países como a Índia e a Indonésia estão registrando um aumento significativo na quantidade de passageiros domésticos, graças à expansão de rotas regionais e ao surgimento de companhias aéreas de baixo custo, como a IndiGo e a Lion Air. Esse modelo de operação está cada vez mais popular, oferecendo tarifas acessíveis que atraem novos públicos, especialmente em mercados em desenvolvimento.

No Oriente Médio, o tráfego aéreo internacional segue em ritmo acelerado. Emirates, Qatar Airways e Etihad Airways continuam investindo em hubs estratégicos, como os aeroportos de Dubai, Doha e Abu Dhabi, consolidando-os como pontos de conexão para voos intercontinentais. A localização geográfica privilegiada, aliada à excelência no atendimento ao cliente, torna essas companhias favoritas para passageiros de longa distância.

Nos mercados europeus e norte-americanos, a recuperação econômica e o aumento da competitividade entre companhias aéreas tradicionais e de baixo custo estão redefinindo a experiência de viagem. A Ryanair e a Wizz Air, na Europa, expandiram suas operações para destinos menos explorados, enquanto companhias como a Delta Air Lines, nos Estados Unidos, têm apostado em programas de fidelidade e personalização para fidelizar passageiros.

A personalização, aliás, é uma tendência central na experiência de viagem. Companhias como Singapore Airlines e Lufthansa estão investindo em plataformas digitais que utilizam dados de clientes para oferecer serviços customizados, como upgrades, refeições específicas e entretenimento sob demanda. Esses esforços buscam não apenas atrair mais passageiros, mas também aumentar a receita por cliente.

No Brasil, o crescimento da demanda de passageiros também é evidente. A expansão de rotas regionais, impulsionada pelo programa de aviação regional e pelas concessões aeroportuárias, está conectando cidades de médio porte a grandes centros urbanos. Companhias como Azul e Gol têm liderado essa expansão, aproveitando a necessidade de maior conectividade em um país de dimensões continentais. Além disso, a competição entre operadoras tem pressionado por tarifas mais competitivas, beneficiando diretamente o consumidor.

Esses exemplos mostram como a demanda de passageiros em 2025 está sendo moldada por fatores globais e regionais. O aumento no número de viajantes, aliado à diversificação de serviços e à ampliação de rotas, demonstra que o setor continua a se adaptar para atender às necessidades de um público cada vez mais exigente e diversificado. A competitividade, somada à inovação, promete consolidar o transporte aéreo como um dos pilares mais fortes da mobilidade global nos próximos anos.

Geopolítica

Em 2025, a geopolítica continua a influenciar fortemente o setor aéreo, moldando rotas, políticas comerciais e operações internacionais. A aviação, como elo crucial do comércio global - e da diplomacia - reflete as complexas dinâmicas entre nações, enfrentando desafios e oportunidades em um cenário de tensões e colaborações estratégicas.

Fonte: Flight Radar 24

Um exemplo emblemático é o impacto das sanções econômicas e disputas comerciais em regiões como Europa e Ásia. O fechamento do espaço aéreo russo para companhias aéreas ocidentais, em resposta às sanções decorrentes do conflito na Ucrânia, obrigou transportadoras europeias e asiáticas a redesenhar rotas transcontinentais, aumentando os tempos de voo e os custos operacionais. Empresas como a Finnair, que antes dependia de rotas sobre a Rússia para conectar a Europa à Ásia, precisaram buscar alternativas e expandir operações em mercados secundários.

No Oriente Médio, as tensões políticas contrastam com o crescimento das alianças econômicas. Países como Arábia Saudita e Catar estão investindo bilhões em infraestrutura aérea, buscando consolidar seus hubs como pontos de conexão global. O Aeroporto Internacional Rei Salman, em Riad, e a expansão do Hamad International Airport, em Doha, são exemplos de como a aviação é utilizada como ferramenta de projeção de poder e desenvolvimento econômico, mesmo em um cenário de rivalidades regionais.

Nos Estados Unidos, a competição estratégica com a China tem impactado o setor aéreo. O governo americano tem revisado acordos de compartilhamento de rotas e cooperação técnica, enquanto a China avança com sua própria indústria aeronáutica. A Comac, fabricante chinesa, promove o C919, rival direto do Boeing 737 e do Airbus A320, como uma alternativa para reduzir a dependência de aeronaves ocidentais. Esta competição tecnológica reflete uma disputa mais ampla pelo domínio em setores estratégicos.

A liberalização do espaço aéreo em blocos regionais também merece destaque. Na África, a implementação do Mercado Único Africano de Transporte Aéreo (SAATM) busca eliminar barreiras regulatórias e promover a conectividade entre países do continente, um esforço que deve impulsionar o comércio e o turismo em uma das regiões de maior crescimento do mundo. Enquanto isso, na América Latina, iniciativas para ampliar acordos de céus abertos (OpenSkies) enfrentam resistência de mercados locais que buscam proteger companhias aéreas domésticas.

Por outro lado, a aviação também tem se mostrado uma ferramenta de cooperação em momentos de crise. A resposta ao terremoto na Turquia e Síria, em 2023, exemplificou como as rotas aéreas são vitais para missões de ajuda humanitária. Companhias aéreas de diferentes países contribuíram para transportar mantimentos e equipes de resgate, destacando o papel da aviação em contextos de solidariedade internacional.

Em 2025, o setor aéreo continuará sendo um reflexo das dinâmicas geopolíticas globais, enfrentando tanto os desafios de conflitos e tensões quanto as oportunidades de cooperação e crescimento econômico. Para companhias aéreas e governos, entender e se adaptar a essas influências será essencial para manter a competitividade e a relevância no cenário internacional.

Tecnologia

Em 2025, a tecnologia se confirma como uma força transformadora no setor aéreo, moldando operações, aprimorando a segurança e elevando a experiência dos passageiros a novos patamares. Da inteligência artificial (IA) à conectividade digital, as inovações continuam a redefinir os padrões da aviação, integrando eficiência e inovação em cada detalhe das operações.

Um exemplo marcante é a aplicação da inteligência artificial em operações críticas. Sistemas de IA, como o Skywise da Airbus, permitem que companhias aéreas monitorem o desempenho de suas aeronaves em tempo real, prevendo falhas e otimizando a manutenção. Essa abordagem, conhecida como manutenção preditiva, já foi adotada por empresas como a Delta Air Lines e a brasileira Azul, reduzindo custos operacionais e aumentando a segurança e a confiabilidade das frotas.

Além da IA, o uso da Internet das Coisas (IoT) está expandindo rapidamente. Sensores conectados instalados em aeronaves e aeroportos capturam dados em tempo real para monitorar fatores como consumo de combustível, tráfego aéreo e fluxo de passageiros. O Aeroporto de Heathrow, por exemplo, utiliza IoT para prever congestionamentos e direcionar recursos, melhorando a eficiência operacional e reduzindo atrasos. Já no Brasil, aeroportos como o de Confins, em Belo Horizonte, estão integrando tecnologias semelhantes para otimizar a logística de embarque e desembarque de passageiros.

No campo da experiência do passageiro, a personalização digital se tornou prioridade. Como dissemos anteriormente, companhias como a Emirates e a Singapore Airlines utilizam plataformas de aprendizado de máquina para oferecer recomendações de entretenimento, upgrades de assento e pacotes de viagem personalizados, com base no histórico e nas preferências do cliente. Além disso, o uso de aplicativos móveis para check-in, rastreamento de bagagem e embarque está se tornando um padrão global.

As tecnologias imersivas também estão ganhando destaque, especialmente no treinamento de pilotos e equipes de manutenção. Simuladores de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) permitem que profissionais enfrentem cenários realistas em um ambiente seguro. A CAE, líder em treinamento aeronáutico, desenvolveu programas de VR que simulam falhas de sistemas críticos, proporcionando uma experiência prática que eleva os padrões de segurança e eficiência operacional.

A cibersegurança é outra área de importância crescente. À medida que a conectividade entre aeronaves e aeroportos aumenta, também crescem os riscos de ataques cibernéticos. Governos e empresas estão investindo em soluções para proteger dados sensíveis e sistemas críticos. Um exemplo é a iniciativa Aviation Cybersecurity Enhancement (ACE), que reúne fabricantes como Boeing e Airbus para criar protocolos de segurança em escala global.

Essas inovações tecnológicas demonstram como o setor aéreo está se reinventando para enfrentar os desafios de um mercado cada vez mais dinâmico. Neste ano, a tecnologia não será apenas uma ferramenta, mas uma aliada indispensável para garantir a eficiência das operações, a segurança dos passageiros e o crescimento sustentável do setor.

Regulamentação e segurança operacional

Em 2025, a regulamentação e a segurança operacional permanecem pilares fundamentais do setor aéreo, especialmente diante do ritmo acelerado das inovações tecnológicas e da introdução de novos modelos de aeronaves e sistemas de transporte. Governos e órgãos reguladores ao redor do mundo trabalham para equilibrar o avanço da aviação com a necessidade de manter os mais altos padrões de segurança.

Um dos focos principais é a regulamentação de veículos aéreos não tripulados, como drones e eVTOLs, que estão ganhando espaço no transporte de passageiros e carga. Organizações como a ICAO (International Civil Aviation Organization) e a EASA (European Union Aviation Safety Agency) lideram esforços para criar normas globais que garantam operações seguras e sustentáveis. No Brasil, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) está desenvolvendo diretrizes específicas para integrar essas tecnologias ao espaço aéreo nacional, uma medida essencial para evitar colisões com aeronaves.

A segurança operacional, por sua vez, continua a ser aprimorada através do uso de tecnologia. Um exemplo é o Data4Safety, programa da EASA que utiliza big data e inteligência artificial para identificar padrões de risco antes que eles se tornem incidentes reais. Esses sistemas permitem uma abordagem preditiva, ajudando companhias aéreas a prevenir acidentes e melhorar continuamente suas práticas de segurança. No Brasil, iniciativas semelhantes têm sido adotadas para reforçar a fiscalização de operações e a manutenção de aeronaves, especialmente em regiões remotas.

A gestão do espaço aéreo também passa por uma transformação significativa. Programas como o SESAR (Single European Sky ATM Research), na Europa, estão desenvolvendo soluções de controle de tráfego aéreo mais eficientes, utilizando tecnologia digital para aumentar a capacidade e reduzir atrasos. Essa abordagem tem sido essencial em áreas de grande densidade de voos, como a Europa e os Estados Unidos, e oferece um modelo que pode ser replicado em países como o Brasil, onde o tráfego aéreo regional está em expansão.

Outro ponto de atenção é o fortalecimento da cultura de segurança nas companhias aéreas e aeroportos. Treinamentos regulares, programas de gerenciamento de risco e auditorias frequentes são algumas das práticas adotadas para garantir a conformidade com as normas globais. Companhias como a Qantas e a brasileira Azul têm se destacado nesse aspecto, combinando tecnologia e processos humanos para manter altos padrões de segurança.

Finalmente, a colaboração internacional entre reguladores, fabricantes e operadoras se mostra crucial. A criação de novas normas, como as do Convention on International Civil Aviation, garante que tecnologias emergentes sejam integradas de forma segura e consistente em diferentes países. Esse alinhamento global é fundamental para a aviação, um setor que transcende fronteiras e exige um nível elevado de coordenação.

Em 2025, a regulamentação e a segurança operacional não são apenas responsabilidades, mas também oportunidades para reforçar a confiança do público e garantir o crescimento sustentável do setor aéreo. Ao integrar tecnologia, práticas sólidas e colaboração global, a aviação se posiciona para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que os próximos anos trarão.

O cenário brasileiro

No Brasil, o setor aéreo desempenha um papel essencial na integração regional e no desenvolvimento econômico. Em 2025, as perspectivas para a aviação nacional apontam para um período de crescimento, com foco em conectividade regional, investimentos econômicos e, principalmente, no fortalecimento da segurança operacional.

O aumento da demanda por voos domésticos e regionais é um dos principais motores deste crescimento. Companhias como a Azul e a Gol continuam expandindo suas operações para atender a cidades de médio e pequeno porte, conectando localidades antes isoladas aos grandes centros urbanos. O programa de concessões aeroportuárias, que já modernizou terminais como os de Florianópolis e Salvador, está ampliando a infraestrutura em regiões estratégicas, atraindo mais passageiros e fomentando o turismo local.

No entanto, o crescimento do setor também exige atenção redobrada à segurança operacional. Após os recentes acidentes que trouxeram o tema para o centro das discussões, a necessidade de medidas rigorosas para prevenir novos acidentes e incidentes se tornou uma prioridade. A ANAC, em conjunto com o CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), tem intensificado os esforços em fiscalização e treinamento, buscando elevar os padrões de segurança no país. Este tema será abordado com mais detalhes no nosso próximo artigo.

Os investimentos em treinamento e qualificação de mão de obra também são cruciais para sustentar o crescimento do setor. Iniciativas como a ampliação de escolas de aviação e parcerias entre empresas e instituições de ensino têm como objetivo formar mais pilotos, mecânicos e controladores de tráfego aéreo, garantindo que o Brasil tenha profissionais qualificados para lidar com a crescente complexidade das operações.

No campo econômico, o mercado brasileiro apresenta grande potencial de atração de investimentos, especialmente em aviação regional e transporte de carga. A ampliação de rotas regionais, impulsionada por incentivos fiscais e subsídios para voos em áreas remotas, é uma estratégia que não apenas melhora a conectividade, mas também estimula o desenvolvimento econômico local. Além disso, o avanço do comércio eletrônico, no país, está aumentando a demanda por soluções logísticas aéreas, colocando empresas como o Mercado Livre em posição de destaque.

Outro aspecto importante é o impacto positivo das políticas públicas no fortalecimento da aviação nacional. Medidas como a redução de impostos sobre combustíveis e incentivos para a modernização de frotas estão ajudando companhias aéreas a reduzir custos e ampliar suas operações. Ainda assim, o setor enfrenta desafios estruturais, como a alta carga tributária e os custos elevados de manutenção, que demandam atenção contínua para garantir a competitividade.

O Brasil, com sua vasta extensão territorial e economia diversificada, tem no setor aéreo um aliado estratégico para conectar pessoas, fomentar negócios e promover o desenvolvimento regional. Em 2025, o equilíbrio entre crescimento econômico e segurança operacional será fundamental para garantir que a aviação continue a desempenhar esse papel vital no país, enfrentando os desafios e aproveitando as oportunidades que se apresentam.

Considerações

O setor aéreo, em 2025, apresenta um panorama dinâmico e desafiador, impulsionado por avanços tecnológicos, novas demandas de mercado, mudanças geopolíticas e o compromisso contínuo com a segurança operacional. Cada tendência abordada neste artigo reflete como a aviação, mesmo em meio a complexidades globais, continua a evoluir como uma peça central no desenvolvimento econômico e social.

As inovações em aeronaves, com destaque para a automação e o surgimento de veículos não tripulados, prometem transformar a mobilidade e a logística, criando oportunidades inéditas. Nos aeroportos, a modernização e a incorporação de tecnologias avançadas estão redefinindo o conceito de eficiência e conectividade, tanto para passageiros quanto para a operação de cargas. Enquanto isso, a demanda por voos cresce de forma sustentada, impulsionada por mercados emergentes e novos comportamentos de consumo.

No cenário global, a aviação reflete as dinâmicas da geopolítica, navegando entre tensões e oportunidades de cooperação. Paralelamente, a regulamentação e a segurança operacional demonstram a capacidade do setor de adaptar-se às mudanças, mantendo altos padrões de confiabilidade. Já no Brasil, a aviação combina aspectos econômicos e de segurança, destacando-se como um motor para o desenvolvimento regional e a integração de um país continental.

Essas tendências não apenas delineiam o futuro do setor aéreo, mas também reforçam a importância de um equilíbrio entre crescimento e resiliência. Governos, empresas e profissionais da aviação têm o desafio de liderar mudanças, aproveitando inovações e respondendo aos desafios com estratégias sólidas.

Olhando para 2025, o setor aéreo não é apenas um meio de transporte, mas uma força que conecta o mundo, acelera negócios, apoia comunidades e fortalece economias. Para os leitores, entender e acompanhar essas tendências é essencial para participar de forma ativa neste cenário, que continua a moldar o futuro das viagens e da mobilidade global. Que possamos, juntos, decolar rumo às novas oportunidades que se desenham neste horizonte.


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Referências Bibliográficas
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Sobre o autor: 
Antônio Lourenço Guimarães de Jesus Paiva 
Pai da Helena
Diretor da Flylines 
Graduado em Aviação Civil pela Universidade Anhembi Morumbi
Especialista em Planejamento e Gestão Aeroportuária pela Universidade Anhembi Morumbi
Especialista em Gestão de Marketing pela Universidade de São Paulo
Pós-graduando em Data Science e Analytics pela Universidade de São Paulo

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