3 sinais característicos de uma péssima rota
Não há dúvidas de que escolher corretamente uma rota, composta entre duas cidades, é uma medida fundamental para o sucesso de qualquer malha aérea. Uma boa rota pode ser capaz de integrar um número considerável de pessoas, movimentar a economia local, gerar lucro, trazer grande visibilidade e diversificar o portfólio de serviços de uma companhia, agregando diversos elementos positivos aos negócios envolvidos e também à sociedade. Por outro lado, rotas nocivas podem produzir o extremo oposto, acarretando prejuízos econômicos, baixo apelo comercial e elevados custos de manutenção. Diante disso, conseguir identificar, o quanto antes, os atributos característico de uma boa rota e de uma rota nociva pode ser uma medida de sobrevivência para as empresas aéreas. Por isso, hoje, falaremos sobre os 5 sinais característicos de uma péssima rota.
*Antes de falarmos sobre a primeira característica de uma péssima rota é importante salientar que: neste artigo, nós não abordaremos as rotas a partir de suas características estritamente operacionais como: escolha de radiais, consumo de combustível e afins. O nosso objetivo, aqui, será discutirmos sobre os aspectos econômicos, certo? Então, vamos lá! 🤝
Indicadores econômicos - muito - abaixo da média nacional
A média nacional dos indicadores econômicos é um bom parâmetro para compreendermos se uma localidade tem, ou não, os elementos necessários para ser integrada em uma rota aérea eficaz. A taxa de desemprego pode ser um bom exemplo para observação deste comportamento. A taxa média nacional de desemprego no Brasil está, hoje (agosto de 22), em 9,3%. Municípios com taxas de desemprego muito acima deste valor são fortes candidatos a compor uma rota aérea nociva para as companhias. Outros indicadores econômicos relevantes para observarmos este comportamento são: o PIB (Produto Interno Bruto) e a renda por habitante.
Baixo número de habitantes
Outra característica importante a ser observada diz respeito ao tamanho total da população local. Cidades com grande número de habitantes tendem a ser mais atrativas para a realização de viagens aéreas. Enquanto isso, o oposto é também verdadeiro. Pequenas populações, com raras exceções, tendem a ter uma demanda muito pequena por voos o que, quase sempre, não justificaria a implantação de uma rota aérea regular. Esta característica, quando somada à característica anterior (com indicadores econômicos desfavoráveis), tem tudo para compor uma péssima opção de rota.
Cidades muito próximas
Uma rota composta por cidades muito próximas (menos de 400km de distância entre elas) tende a sofrer muito mais com a competição de outros modais como o rodoviário, por exemplo. Se estas cidades mantêm entre si fácil acesso por rodovias amplas e bem conservadas, esta característica, então, tende a ser ainda mais nociva para o estabelecimento de uma rota aérea interessante. Contudo, é importante salientar que este fator, por si só, pode não ser o mais relevante de todos, uma vez que é possível observar diversos exemplos de cidades muito próximas ligadas por rotas aéreas de sucesso (como São Paulo - Curitiba 403km, por exemplo). Porém, este fator quando combinado com um dos outros fatores citados anteriormente pode ser a pá de cal que faltava para o fracasso certeiro de uma rota. 📉
Considerações
A análise de apenas um fator, de maneira individual e descontextualizada, nunca será capaz de determinar, com precisão, o potencial lucrativo e benéfico de uma rota. Para isso, é preciso investir tempo e recursos em um estudo mais aprofundado e que esteja aberto também a analisar os aspectos comportamentais e sociais da população. Contudo, as características apresentadas podem ser fortes indícios de que uma rota tende a ser mais nociva do que benéfica para as atividades de uma companhia aérea e podem servir como fonte de balizamento para análises posteriores.
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Referência bibliográficas
Shaw, S. 202. Airline Marketing and Management. 7ed. SSA Ltd, Oxfordshire, UK.
International Civil Aviation Organization. 2006. Manual on Air Traffic Forecasting. 3ed.
Guimarães, A; Oliveira, M. 2020. Influência das características comportamentais e socioeconômicas no consumo de passagens aéreas no Brasil. Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.